Recém-chegados, Apátridas e Refugiados: Os Modos de Aparecer do “Estranho” na Obra de Hannah Arendt (Newcomers, Stateless, and Refugees: Ways of Appearing of the "Stranger" in Hannah Arendt’s Work)
Abstract
This text aims at interpreting the ways of appearing of the stranger in the work of Hannah Arendt. Our hypothesis is that the stranger, firstly, is the condition of the newcomers; and then as a frightening symbol when in the condition of stateless and refugees. Accordingly, our text first examines newcomers as strangers insofar as they are born as a new beginning and initiator in a world that already preexists human relationships. They are welcomed and are therefore familiar with the world in order to feel recognized and accepted in it, so that they can act and speak in the presence of others, revealing themselves in their uniqueness. And, finally, stateless people and refugees are also strangers, but in the sense of a frightening symbol, since, by losing their ties with the human world, they are no longer welcome. Therefore, they find themselves at the limits of human artifice, deprived of acting and speaking.
O presente texto tem por objetivo interpretar os modos de aparecer do estranho na obra de Hannah Arendt. A hipótese é de que o estranho traduz a condição própria dos recém-chegados; e, ao passo, que ele é um símbolo do assustador, quando na condição de apátrida e/ou refugiado. Assim, examinamos, primeiramente, os recém-chegados enquanto estranhos à medida que eles nascem como um novo início e iniciador em um mundo no qual já preexistem relações humanas. A eles são dadas as boas-vindas e, familiarizados com o mundo, sentindo-se reconhecidos e aceitos nele, portanto, podem agir e falar na presença de outros, revelando a sua singularidade. E, por fim, os apátridas e refugiados também seriam estranhos, mas no sentido de um símbolo do assustador, uma vez que, ao perderem os vínculos com o mundo humano, deixam de ser bem-vindos. Assim, encontram-se nos limites do artifício humano, privados de agir e falar.
Downloads
Riferimenti bibliografici
Almeida, V. S. (2013). Recém-chegadas e estranhas: as crianças e o mundo comum na obra de Hannah Arendt. R. Educ. Públ. Cuiabá, v. 22, n. 49(1): 229–247. Disponível em:
http://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/educacaopublica/article/view/912/713> Acesso em: 01 jul. 2013.
Arendt, H. (2006). Diario filosófico 1950-1973. Trad. Raúl Gabás. Barcelona: Herder.
Arendt, H. (2008). Compreender e política (As dificuldades de compreender). In Arendt, H. Compreender. Formação, exílio e totalitarismo (ensaios) (pp. 330-346). Trad. D. Bottman; organização, introdução e notas J. Kohn. São Paulo: Companhia das Letras; Belo Horizonte: Editora UFMG.
Arendt, H. (2008a). A imagem do inferno. In: Arendt, H. Compreender. Formação, exílio e totalitarismo (ensaios). Trad. D. Bottman; organização, introdução e notas J. Kohn. São Paulo: Companhia das Letras; Belo Horizonte: Editora UFMG, 226–233.
Arendt, H. (2008b). A nação. In: Arendt, H. Compreender. Formação, exílio e totalitarismo (ensaios). Trad. D. Bottman; organização, introdução e notas J. Kohn. São Paulo: Companhia das Letras; Belo Horizonte: Editora UFMG, 234–239.
Arendt, H. (2008c). Homens em tempos sombrios. São Paulo: Companhia das Letras.
Arendt, H. (2010). A condição humana. 11 ed. Trad. R. Raposo e rev. A. Correia. Rio de Janeiro: Forense Universitária.
Arendt, H. (2011). Entre o passado e o futuro. São Paulo: Perspectiva.
Arendt, H. (2012). Origens do totalitarismo. Trad. R. Raposo. São Paulo: Companhia das Letras.
Arendt, H. (2014). A vida do espírito. Trad. C. A. R. de Almeida; A. Abranches; H. F. Martins. 4 ed. Rio de Janeiro: Civilização brasileira.
Arendt, H. (2016). Nós, os refugiados. In Arendt, H. Escritos judaicos. Trad. L. D. M. Mascaro, L. G. de Oliveira, Tiago D. da Silva. Barueri, SP: Amarillys, 477–492.
Benhabib, S. (2005). Los derechos de los otros. Extranjeros, residentes y ciudadanos. Trad. G. Zadunaisky. Barcelona: Gedisa.
Bárcena, F. (2006). Hannah Arendt. Una filosofía de la natalidad. Barcelona: Herder.
Bárcena, F. & Mèlich, J.-C. (2000). La educación como acontecimiento ético. Natalidad, narración y hospitalidad. Barcelona: PAIDOS.
Courtine-Denamy, S. (2004). Estrangeiro no mundo. In Courtine-Denamy, S. O cuidado com o mundo. Diálogo entre Hannah Arendt e alguns de seus contemporâneos. Trad. Maria Juliana Gambogi Teixeira. Belo Horizonte: Editora UFMG, 41–60.
Heuer, W. (2009). Una imagen de los refugiados: experiencia, visibilidad e imaginación. Cuadernos del Ateneo, n. 29: 35–46. Disponível em:
<https://dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/3895903.pdf> Acesso em: 10 nov. 2016.
Lafer, C. (1997). A reconstrução dos direitos humanos: a contribuição de Hannah Arendt. Estudos Avançados, 11(30): 55–65.
Leibovici, M.; Tassin, E. Puralidad. Porcel, B.; Martin, L. (2016). Vocabulario Arendt. Rosario: Homo Sapiens Ediciones, 139–158.
Tassin, E. (2004). El hombre sin cualidad. Eidos. Revista de Filosofía de la Universidad del Norte, n. 2: 124–149.
Waldenfels, B. (1998). La pregunta por lo extraño. In Seminario de Metafísica (Madrid. Anales). Madrid: Publicaciones Universidad Complutense, 85–98.
Waldenfels, B. (1997). Respuesta a lo extraño. Rasgos fundamentales de una fenomenología responsiva. Daímon. Revista de Filosofía, n. 14: 17–26.
Young-bruehl, E. (1993). Hannah Arendt. Valencia: Edicions Alfons el Magnánim.
Gli Autori che pubblicano su questa rivista accettano le seguenti condizioni:
a. Gli Autori mantengono i diritti sulla loro opera e cedono alla Rivista il diritto di prima pubblicazione dell'opera, contemporaneamente licenziata sotto una Licenza Creative Commons - Attribuzione che permette ad altri di condividere l'opera indicando la paternità intellettuale e la prima pubblicazione su questa Rivista.
b. Gli Autori possono aderire ad altri accordi di licenza non esclusiva per la distribuzione della versione dell'opera pubblicata (es. depositarla in un archivio istituzionale o pubblicarla in una monografia), a patto di indicare che la prima pubblicazione è avvenuta su questa Rivista.
c. Gli Autori possono diffondere la loro opera online (es. in repository istituzionali o nel loro sito web) prima e durante il processo di submission, poichè può portare a scambi produttivi e aumentare le citazioni dell'opera pubblicata (Vedi The Effect of Open Access).