Chamada de artigos Vol. 2, n.1, June 2018

Sobre o desafio da migração: perspetivas de hermenêutica crítica
Editores Convidados: Alison Scott-Baumann e Gonçalo Marcelo

Prazo para envio das submissões: 30 de Abril de 2018

A perene crise de refugiados no Mediterrâneo traz à luz a dificuldade de gestão de grandes fluxos migratórios e torna evidente a relutância europeia em relação à possibilidade de acolher os seus outros. Entre África, a Europa e o Médio Oriente parecem existir um conjunto de perplexidades recíprocas que requerem urgentemente análise e soluções. Esta falta de solidariedade em relação até aos requerentes de asilo e aos migrantes forçados coloca desafios éticos e políticos. Por um lado, parece evidente que o velho paradigma vestefaliano do Estado-nação se encontra face às suas limitações para tratar de problemas de justiça global. Por outro lado, o próprio direito internacional é em si insuficiente para os resolver, dada a ausência de poder coercivo. E também se pode argumentar que a resposta da União Europeia a esta crise humanitária tem sido insuficiente e pouco eficaz. Assim sendo, será que a defesa dos Direitos Humanos ainda pode ser considerada uma parte fundamental da identidade coletiva da Europa? E, ao mesmo tempo, num momento de reaparecimento do nacionalismo e da ameaça populista, estarão as sociedades europeias preparadas para acolher os estrangeiros, aqueles que lhes são “estranhos” e valorizar verdadeiramente a sua diversidade... ou será provável que uma reação conservadora possa levar a uma atitude cada vez mais hostil?

Esta constelação de problemas encontra uma grelha de análise adequada no paradigma da hermenêutica crítica. Seguindo a pista de autores como Paul Ricœur[1], Charles Taylor ou Michael Walzer, o objetivo não é desenhar uma teoria ideal que proponha princípios abstratos de justiça; pelo contrário, ele consiste em aplicar o paradigma hermenêutico às ciências sociais e humanas, olhando para as nossas sociedades historicamente constituídas, com todas as suas especificidades, e tentando analisar os problemas de justiça e respetivas soluções de maneira situada. E fazê-lo sendo crítico e não tomando a atual situação social e política como se ela fosse imune à mudança. A história das ideias das nações, povos e linguagens em torno do Mediterrâneo são fonte de uma rica polissemia que pode inspirar importantes sinergias (pense-se em Plotino, no Neoplatonismo, Alcindi, al-Farabi, Ibn Tufail, Salomão Ibn Gabirol, Maimónides, Adónis). O que podemos, por exemplo, aprender com o Sufismo e os problemas que teve com vários fundamentalismos?

Neste número especial da revista Critical Hermeneutics, estamos interessados em submissões que podem vir de diversas proveniências disciplinares (ética, filosofia política / teoria política, filosofia social, sociologia, teologia, entre outras) que ajudem a pensar a migração e os problemas que coloca. Os temas possíveis incluem (mas não se limitam a):

  • A capacidade das nossas sociedades de adotarem o multiculturalismo (Taylor, Kymlicka) e práticas de reconhecimento (Honneth, Ricœur, Taylor)
  • O desafio ético de acolher o estranho, o estrangeiro (Derrida, Ricœur, Kearney)
  • A migração como um desafio para a filosofia social
  • A migração e a justiça global
  • Os sentimentos anti-imigração: o problema do nacionalismo e do populismo
  • Como enquadrar a migração: o problema das identidades narrativas coletivas (Ricœur)
  • A polissemia das culturas mediterrânicas (Plotino, Adónis, Ibn Tufail, Maimónides)

 

Normas para os autores

Pede-se que os autores sigam as Normas para preparação dos manuscritos para submissão. Se necessário, os editores reservam-se o direito de alterar os manuscritos de acordo com o estilo e as especificações formais da revista.

Os manuscritos enviados para a Critical Hermeneutics devem ser inéditos e não estar em processo de revisão em nenhuma outra revista.

A revista adota um processo de revisão anónima (double-blind peer review) de todas as submissões. As avaliações dos revisores determinam se um artigo será aceite ou rejeitado, de acordo com quatro possibilidades: 1) Excelente: o artigo não necessita de nenhuma alteração; 2) Bom: o artigo necessita de alterações ligeiras; 3) Interessante: recomenda-se que o artigo volte a ser enviado depois de lhe serem feitas alterações ou revisões substanciais; 4) Insuficiente: o artigo é rejeitado.

Se o artigo voltar a ser submetido (casos das avaliações 2 e 3), os mesmos revisores da 1ª ronda de revisão serão encarregues de reavaliar o artigo.

Todo o processo editorial e de revisão é gerido na plataforma Open Journal System (OJS).

 

1. Língua

O manuscrito pode ser enviado numa das seguintes línguas: Italiano, Francês, Espanhol, Alemão, Português ou Inglês (neste caso, seguindo a norma do inglês britânico ou americano, e não uma mistura de ambas). Todos os manuscritos devem-se fazer acompanhar por um resumo em duas línguas, um em inglês (britânico ou americano) e o outro na língua em que o manuscrito tiver sido escrito (cada um dos resumos deve ter o máximo de 150 palavras). Devem igualmente ser indicadas 3 a 5 palavras-chave.

Os manuscritos que apresentem problemas gramaticais ou sintáticos demasiado graves serão rejeitados sem que se dê início ao processo de revisão.

 

2. Tamanho do artigo

O artigo não deve exceder os 50000 caracteres (com espaços). Deve ser formatado com espaçamento 1,5, incluindo notas de rodapé e referências (as quais devem ser colocadas no final do artigo).

 

3. Página de título

Deve ser enviada uma página de título, separada do restante texto, o qual começa com os resumos. Essa página deve incluir a informação seguinte:

- Título

- Nome(s) do(s) autor(es) e afiliação/ões

- Número de telefone e endereço de e-mail

Durante o processo de revisão esta página será separada do artigo. Durante este processo o autor não pode ser identificado pelos revisores. Assim sendo, o manuscrito e as respetivas referências devem ser completamente anonimizados, para obedecer a este processo de revisão anónima.

 

4. Subdivisão do artigo

É altamente recomendável que o artigo seja dividido claramente em secções numeradas com título. As secções devem ser numeradas da seguinte forma: 1, 2, 3, etc. Em caso de existência de subsecções, devem ser numeradas com 1.1, 1.2, 1.3 (...), 2.1, 2.2, etc.s com título. As secçõE, ao mesmdas com t em seclobedecer a este processo de revis refer, incluindo notas de rodappa? E, ao mesm

 

5. Estilo

Os autores devem seguir as normas de estilo da edição mais recente da APA (veja-se www.apastyle.org) que são as adotadas pela CH.

 

6. Referências



[1]              ‘Being A Stranger’ by Paul Ricoeur, inédit transl by Alison Scott-Baumann, in  Theory Culture and Society, Vol. 27, No. 5, September 2010.